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Tchau, Lander!

Tchau, Lander! 🙏

@diariodomotoca




Quando alguém diz que vai comprar uma moto, o que você pensa?

Muita gente pensa em acidente, perigo, loucura.

Muita gente pensa em viagens maneiríssimas por lugares incríveis pelos quatro cantos do planeta (sabemos que as fotos e os relatos não nos mostram as derrotas. E viagens de moto são CHEIAS de derrotas 😂).


Quando eu pensei em comprar uma moto foi uma decisão inteiramente pragmática.

Certo dia me liguei que gastava 8h do meu dia em deslocamentos no transporte público para as diferentes atividades da época. Desse dia, em que caiu a ficha do tempo perdido nos deslocamentos, para a compra da moto foi um pulo.


Mas qual moto comprar?

Para a minha realidade deveria ser uma moto com manutenção barata, que consumisse pouco combustível em média e que fosse boa de pilotar. E o mais importante: que fosse uma moto barata.


Muitos vídeos no youtube, muitas leituras da revista Duas Rodas, e muitas conversas com colegas motociclistas depois, a escolha foi pela família Yamaha 250cc. Especificamente as mais altas, especificamente Ténéré ou Lander.


Muitas pesquisas no OLX depois, a moto dos meus sonhos viria de Itaguaí. 

Uma Lander X 2008. Sim, a moto perfeita existia!


Ainda lembro da viagem de volta depois do negócio fechado…

Nunca tinha pilotado uma moto desde a prova do Detran. E logo no primeiro dia enfrentei ladeiras íngremes, trânsito urbano, rodovias e o primeiro corredor.


Essa moto ficou comigo 10 anos e 4 meses em fabulosos 289.984 km rodados.

E sem fazer uma viagem sequer de passeio ou lazer.


Como que a gente se despede de uma coisa tão presente na rotina diária assim?


Um incidente e um acidente, sol, chuva, frio, ventanias, tempestades, raios, enchentes, carregando equipamentos de trabalho, indo para eventos dos mais diversos tipos, ataques e apostando corrida com cães, pneus furados, panes elétricas, diversos sustos, fechadas, carretas, carcaças de pneu de carreta, pneus de caminhão estourando do meu lado, cagada de gaivota, borboletas atropeladas, outros motocas, corredores de todos os tipos, correntes arrebentadas, pequenas quedas bizarras estacionando.


A Lander me viu estabilizar no emprego, viu minha filha nascer, me viu terminar a graduação, concluir o mestrado, subiu até o Cristo Redentor, me apresentou incontáveis paisagens, incontáveis pores do sol…


Como a gente se despede de algo assim?


Nos últimos tempos a moto ganhou personalidade própria. E a personalidade forte como a do dono.
Com tanto tempo de fabricação, ela começou a decidir quando dar problemas ou não, mesmo com revisões feitas. Coisas naturais de desgaste mecânico... chegou a hora da separação.

Nos últimos 200 km rodados tudo foi nostalgia. A última partida, o último abastecimento, o último corredor, a última calibragem. Cada quilômetro trouxe a sensação de que foram incríveis e bem vividos 10 anos. Essa moto me fez motociclista e aumentou a sensação de que fiz a melhor escolha possível de todas.


Pilotar uma moto não é para qualquer um ou uma, de verdade. Mas recomendo que você experimente ainda que seja só pelos passeios de fim de semana. Você não vai se arrepender.


Ah! A Lander também me preparou para o que vem pela frente. A forma de pilotar, os cuidados com a manutenção, a responsabilidade individual e inalienável de voltar vivo para casa, tudo isso aprendi com ela.


Teremos novidades.






























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