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Diário do Motoca na chuva.

Andar de moto, na chuva, é uma arte. 

É uma arte porque antes mesmo de montar na motoca preciso ligar o gps mental e visualizar, de acordo com o horário, qual o melhor caminho. 

É uma arte porque antes mesmo de ligar a moto tenho que me equipar com a armadura anti-chuva. Isso porque antes mesmo de sair pela manhã o motoca checa a previsão do tempo e calcula o espaço disponível no baú para a mochila, a capa, a galocha e o tênis. 

É uma arte porque o pneu não aquece logo, o asfalto está escorregadio e ainda tem que desviar das faixas pintadas: malabarismo.

É uma arte porque já escureceu a essa altura.  A viseira, encharcada, vira um caleidoscópio ao reflexo das luzes, faróis e da iluminação pública artificial. Se abro a viseira, vejo melhor. Mas cada gota vira uma pedrada e ainda vale uma multa; aí não! Isso quando o motoca não dá sorte,  e tem, no trânsito lento, ao seu lado, uma viatura com o brilhante giroflex vermelho o cegando e à sua frente, uma outra viatura, só que agora a luz infernal é azul. 
Olho de Tandera!



É uma arte porque já no corredor, preocupado com a faixa divisória da pista, tem que se preocupar ainda com o camelô abusado: "olha a água, latão, refri, biscoito, pão de queijo, cafezinho, carregador de celular, camisa do flamengo e por aí vai.

É uma arte porque do nada o trânsito para. 
Entra no corredor. 
À frente o trânsito flui: Ué! por que parou? 
Aaaah! Era um motorista envolvido entre o aparelho de dvd do carro, o celular com gps dando orientações e o vídeo engraçado, ou sensual, que acabou de chegar no WhatsApp. 
Isso quando não é a habitual redução no radar de 70km/h, mas o piloto passa a 30km/h: é melhor garantir né...
Paciência!

É uma arte porque a essa altura a luva, que era pra ser impermeável, já permeou. A mão gelou e os óculos, pela baixa velocidade, embaçou. (embaçaram eu sei, eu sei).

É uma arte porque o motoca tem que prever, ao passar por um agulha de acesso, se o motorista vai mesmo seguir em frente, ou se vai virar repentinamente, atravessando três faxias, porque estava distraído. (com o quê mesmo?)

Enfim, é uma arte porque normalmente, com tempo bom, levo uma hora até minha casa e hoje, depois de tudo isso, cheguei em casa, uma hora e alguns minutos depois, são e salvo. 
Ou melhor, seco e salvo!
Ô sorte!!


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